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Azul profundo




Depois de entrar na livraria e passar por toda sessão de exoterismo ela se dirigia aos clássicos para ver o que encontrava, foi aí que ela o viu. Ele estava concentrado no jornal que lia, enquanto o capuccino fumegava em cima da mesinha prateada. Apesar do estilo social de se vestir, ele tinha um cabelo desgrenhado que fazia parte do seu charme. Ela começou a desfilar dentre as preteleiras para que ele a notasse, mas não estava obtendo resultado.


Ele teve que tirar o jornal da frente de sua face para olhar onde estava a caneca de capuccino e esta foi a sua deixa : de forma proposital e teatral, ela deixou um exemplar de Odisséia cair no chão, fazendo um barulho inexplicável e foi quando ele a olhou. Naquele momento os classificados perderam totalmente a graça, e ele começou a segui-la com os olhos enquando ela fingia desinteresse. Ele notou isso, pois ela não conseguia desviar o olhar dele. Nesse meio tempo os atos já não tinham tanta atenção e as mãos dele agiam sem coordenação. Ele esbarrou na caneca, que girou algumas vezes antes de derramar o líquido quente no terno azul profundo.


Ela saiu rindo da loja enquanto ele saltitava e gritava por guardanapos. Estava consciente de que não iria vê-lo novamente, mas foi um momento divertido. A partir daquele dia ela nunca mais deixou de ir em uma livraria.




Beijos, remetente.

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