I still alive
Lópolis, a cidade modelo.
Pas de deux, variação... chame como quiser.
Querida Sophia, a metáfora da vez é sobre uma parte minha que você já conhece. Ou pelo menos, achava que conhecia.
Apesar de ter deixado a dança, sinto que ela nunca me deixou por um todo.
Vezes eu me pego fazendo alongamentos... fazendo exercícios... fazendo posições de pés...
A dança foi presente na minha vida em todos os aspectos. Até mesmo no quesito sentimental.
A dança entre a tragédia e a comédia começa quando temos que sorrir para encobrir um choro.. ficar sério e sumir, quando uma conversa é necessária.
Quando você chora enquanto os outros estão rindo.
A minha variação, a variação de vida, nunca para. Nunca.
Ela se mostra presente em momentos ridículos e em até momentos importantes.
Tantas vezes eu me senti como num palco.
Chorando ao lado do palco, e depois forçando um sorriso pra entrar e se apresentar. Pra ficar"apresentável" para o público que quer somente que você mostre o que você pode dar.
O que você tem a oferecer.
Ninguém se preocupa com o bailarino. As pessoas vão assistir a apresentação para que aquilo posso proporcionar algo bom pra elas.
Não existe preocupação, não importa.
Nunca importa.
Você sorri, apresenta e sai sorrindo.
E depois, volta chorando. Normal. :)
Beijos, remetente.
Não sou reciclável
Não sou lixo processado. Sou material biológico.
Material que se desgasta e que não pode ser reaproveitado.
Material que se desperdiçado, não se compra, nem se arruma de novo.
Sou o mais feio de todos o que já passaram pela sua frente.
Sou o mais infantil.
Sou o mais mimado.
Sou o mais fútil.
Sou o menos culto.
Sou o mais carente.
Sou o mais dependente.
Mas apesar de tudo:
Sou o que menos se expôs.
Sou o que nunca fez o que os outros fizeram.
Sou o que nunca se deixou levar por uma simples conversa de chat.
Sou o que menos aproveitou a vida.
Sou aquele que ama muitos, porque acredita que o amor é o principal pra tudo.
Sou aquele que ao mesmo tempo odeia todos.
Sou aquele que você um dia, vai entender o porquê de chorar tão fácil.
Talvez eu devia desabafar aqui, e desforrar tudo em pratos limpos. Talvez eu devesse.
Mas cada um vai interpretar de uma forma.
TIRED
OH.... your smell
Uma simples palavra : nostalgia
Dê PLAY antes de começar a ler.
Essa música, sem dúvida é a mais nostálgica que existe pra mim.
Quando eu tinha cerca de 9 anos, lembro que minha mãe colocava a rádio Executiva. Uma rádio local muito conceituada aqui em Goiânia, por passar músicas lindas e com um exímio gosto musical.
Como era sempre à noite, as músicas sempre eram românticas e melódicas... músicas que tocavam fundo, com um "quê" de depressivas.
À noite, quando ela ia se arrumar para sair, lembro até mesmo do cheiro do perfume que ela borrifava, quando essa música toca.
Lembro-me de chorar várias vezes pedindo que ela ficasse, ou que ela me deixasse ir com ela.
Como não tive um pai presente, morávamos eu e minha mãe somente, quando ela me deixava para sair para o seu "programa de adultos", eu sempre ficava muito triste com sua deixa.
A casa não tinha sentido, quando ela não estava, não tinha mais a cara da nossa casa.
Ela colocava um jeans azul profundo apertado, e com aquele corpo maravilhoso... Um corpo feminino e atraente.
Ela usava sempre alguma coisa decotada, com cores vibrantes e marcantes, como o vermelho: a cor preferida dela.
Do escarlate ao vinho, ela se desdobrava naquele degradê de cores em seu guarda roupas pra poder escolher o tom exato que a definia naquela noite.
Eu ficava sentado na cama, observando a minha simples mãe se transformar em uma bela mulher com aquelas poucas peças, e me perguntava: Porque ela não é assim o dia todo?
Ela usava uma fragrância específica: Animale.
Aquele perfume sempre foi a cara dela. Ele a definia.
O barulho do salto alto apressado na casa, procurando sempre por algo que pudesse colocar na bolsa. Algo útil. Cheguei um dia a pensar se eu caberia dentro daquela bolsa. Se eu poderia acompanhá-la dentro daquele objeto tão importante pra ela.
Eu nunca coube. Eu nunca fui.
Enquanto eu ficava em casa, ela ia se divertir.
Eu a amo, e eu sempre vou amá-la. Sempre.
Minha mãe, meu ídolo particular.
Eu não entendia na época, mas hoje eu vejo que meu sacrifício era apenas um pagamento por tudo o que ela lutou por mim. Por ela ter conseguido ter feito quem sou hoje, sozinha.
Sozinha, da mesma forma que eu ficava quando ela saia.
Beijos, remetente.







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